Bom retorno a todos nós.
Um pouco da Psicogênese da Língua Escrita
PSICOGÊNESE DA LÍNGUA ESCRITA
No inicio da alfabetização e no decorrer dela é preciso saber em que fase a criança se encontra no processo de aquisição da base alfabética e, na maioria das vezes, esse diagnóstico fica comprometido pela elegibilidade decorrente do traçado errado ou do mal traçado das letras.
É bastante comum acontecer um equívoco ao se observar o educando em processo de alfabetização. Muitas vezes, a forma de escrever ilegível, truncada, o texto não segmentado corretamente, que tanto podem ser devidos a questões motoras ou simplesmente momentos do processo de aprender, são confundidos pelos alfabetizadores com dificuldades de aprendizagem. Essa realidade se desdobra em algumas conseqüências graves.
No educando, gera uma autoimagem negativa levando-o a duvidar de seu próprio potencial e a apresentar problemas de autoestima. Para o alfabetizador, limita a possibilidade de realização de um diagnóstico mais preciso acerca do nível real de desenvolvimento cognitivo do aluno. Conseqüentemente, as conclusões de sua avaliação são injustas e depreciativas por desconsiderar aspectos construtivos que ficam mascarados pela caligrafia. A apropriação de novos conceitos em relação à aquisição da leitura e da escrita contribui para que se torne visível a necessidade de uma formação profissional dos alfabetizadores, visto que as novas práticas requerem um conhecimento teórico definido e consciente, que os elevará à categoria de sujeitos criadores da docência. Nesse sentido, muitas são as mudanças que deverão ocorrer nas atitudes do professor na escola: entender, interpretar, além de aceitar as formas não convencionais dos alunos escreverem, sabendo da importância que isto tem para seu desenvolvimento cognitivo.
Na sociedade urbana em que vivemos é inevitável a convivência com sinais convencionais da escrita. A partir dessa interação, as pessoas, ainda quando crianças começam a pensar hipóteses com relação à construção desse sistema e vão testando formas próprias de ler e escrever de maneira seqüenciada e comum a todas elas, desde que tenham informantes e interventores para ajudá-las nessa construção. Um indivíduo não aprende sozinho, ele precisa de informações, explicações específicas que podem ser fornecidas pelo professor e aí está a razão do processo escolar. (COSTA, 1992).
Esses orientadores alfabetizados podem ser (pais, irmãos, professores) que devem fizer intervenções adequadas, conforme fase que a criança se encontra.
No inicio da alfabetização e no decorrer dela é preciso saber em que fase a criança se encontra no processo de aquisição da base alfabética e, na maioria das vezes, esse diagnóstico fica comprometido pela elegibilidade decorrente do traçado errado ou do mal traçado das letras.
É bastante comum acontecer um equívoco ao se observar o educando em processo de alfabetização. Muitas vezes, a forma de escrever ilegível, truncada, o texto não segmentado corretamente, que tanto podem ser devidos a questões motoras ou simplesmente momentos do processo de aprender, são confundidos pelos alfabetizadores com dificuldades de aprendizagem. Essa realidade se desdobra em algumas conseqüências graves.
No educando, gera uma autoimagem negativa levando-o a duvidar de seu próprio potencial e a apresentar problemas de autoestima. Para o alfabetizador, limita a possibilidade de realização de um diagnóstico mais preciso acerca do nível real de desenvolvimento cognitivo do aluno. Conseqüentemente, as conclusões de sua avaliação são injustas e depreciativas por desconsiderar aspectos construtivos que ficam mascarados pela caligrafia. A apropriação de novos conceitos em relação à aquisição da leitura e da escrita contribui para que se torne visível a necessidade de uma formação profissional dos alfabetizadores, visto que as novas práticas requerem um conhecimento teórico definido e consciente, que os elevará à categoria de sujeitos criadores da docência. Nesse sentido, muitas são as mudanças que deverão ocorrer nas atitudes do professor na escola: entender, interpretar, além de aceitar as formas não convencionais dos alunos escreverem, sabendo da importância que isto tem para seu desenvolvimento cognitivo.
Na sociedade urbana em que vivemos é inevitável a convivência com sinais convencionais da escrita. A partir dessa interação, as pessoas, ainda quando crianças começam a pensar hipóteses com relação à construção desse sistema e vão testando formas próprias de ler e escrever de maneira seqüenciada e comum a todas elas, desde que tenham informantes e interventores para ajudá-las nessa construção. Um indivíduo não aprende sozinho, ele precisa de informações, explicações específicas que podem ser fornecidas pelo professor e aí está a razão do processo escolar. (COSTA, 1992).
Esses orientadores alfabetizados podem ser (pais, irmãos, professores) que devem fizer intervenções adequadas, conforme fase que a criança se encontra.
Emilia
Ferreiro, psicóloga e pesquisadora argentina, radicada no México, fez seu
doutorado na Universidade de Genebra, sob a orientação de Jean Piaget e de
outros grandes pensadores influentes como Piaget, Vygotsky, Montessori, Freire, em 1971. Na
Universidade de Buenos Aires, constituiu um grupo de pesquisa sobre
alfabetização do qual faziam parte Ana Teberosky, Alicia Lenzi, Suzana
Fernandez, Ana Maria Kaufman e Lílian Tolchinsk.
Em 1977,
após o golpe de estado na Argentina foi abrigada a se exilar, e leva na
bagagem os dados das entrevistas que ela e sua equipe haviam realizado cuja análise está na origem da psicogênese da língua escrita. Passa a viver na Suíça em condição de exilada e a lecionar na universidade de Genebra, onde inicia uma pesquisa com a ajuda de Margarida Gómez Palacio sobre as dificuldades de aprendizagem das crianças de Monterrey (México). Em 1979, muda-se para o México, Publica o livro Los sistemas de escritura em el desarrollo del ninõ em co-autoria com Ana Teberosky quem ajudou na análise exaustiva dos dados. Ela não criou um método de alfabetização, como ouvimos muitas escolas erroneamente apregoarem, e sim, procurou observar como se realiza a construção da linguagem escrita na criança.
Aqueles que são, ou foram alfabetizadores, com certeza, já se depararam com certos professores que logo ao primeiro mês de aula estão dizendo, a respeito de alguns alunos: não tem prontidão para aprender, tem problemas familiares, é muito fraca da cabeça, não fez uma boa pré-escola, não tem maturidade para aprender e tantos outros comentários assemelhados. Outras vezes, culpam-se os próprios educadores, os métodos ou o material didático. Com seus estudos, Ferreiro desloca a questão para outro campo: " Qual a natureza da relação entre o real e sua representação? " As respostas encontradas a esse questionamento levam, pode-se dizer, a uma revolução conceitual da alfabetização.
bagagem os dados das entrevistas que ela e sua equipe haviam realizado cuja análise está na origem da psicogênese da língua escrita. Passa a viver na Suíça em condição de exilada e a lecionar na universidade de Genebra, onde inicia uma pesquisa com a ajuda de Margarida Gómez Palacio sobre as dificuldades de aprendizagem das crianças de Monterrey (México). Em 1979, muda-se para o México, Publica o livro Los sistemas de escritura em el desarrollo del ninõ em co-autoria com Ana Teberosky quem ajudou na análise exaustiva dos dados. Ela não criou um método de alfabetização, como ouvimos muitas escolas erroneamente apregoarem, e sim, procurou observar como se realiza a construção da linguagem escrita na criança.
Aqueles que são, ou foram alfabetizadores, com certeza, já se depararam com certos professores que logo ao primeiro mês de aula estão dizendo, a respeito de alguns alunos: não tem prontidão para aprender, tem problemas familiares, é muito fraca da cabeça, não fez uma boa pré-escola, não tem maturidade para aprender e tantos outros comentários assemelhados. Outras vezes, culpam-se os próprios educadores, os métodos ou o material didático. Com seus estudos, Ferreiro desloca a questão para outro campo: " Qual a natureza da relação entre o real e sua representação? " As respostas encontradas a esse questionamento levam, pode-se dizer, a uma revolução conceitual da alfabetização.
O processo de construção da escrita
PRÉ-SILABICA
Quando alguém entende que o desenho é para ver e as letras são para ler, é possível que ao escrever sinais que julga serem letras, sinais não convencionais ou as próprias letras desordenadamente, O que importa nessa fase é a intenção que o escritor tem ao produzir esses sinais. Esse é o período intra-figural que diz respeito à interpretação subjetiva da escrita, ou seja, “a intenção subjetiva do escritor conta mais que as diferenças objetivas no resultado, a criança elabora a hipótese de que a escrita dos nomes é proporcional ao tamanho do objeto
O próximo nível de entendimento é inter-figural. Ele se caracteriza pelo controle objetivo dos caracteres escritos, que se estabelecem em quantidades variadas e de diferentes letras, representando, portanto, diferenças quantitativas e qualitativas.
a quantidade de letras (nunca inferior a três) e a variedade entre elas, (não podem ser repetidas).
SILÁBICA
Um grande marco na construção individual do sistema alfabético se dá quando o indivíduo descobre que a escrita é a própria representação da fala e não dos objetos em si, é a apresentação gráfica dos valores sonoros. No início dessa fase, o alfabetizando usa uma letra para cada som emitido, isto é, sua fonetização é silábica, há um conflito entre a hipótese silábica e a quantidade mínima de letras exigida para que a escrita possa ser lida.
SILÁBICA ALFABÉTICA
O passo seguinte é o acréscimo de letras. Às vezes, o alfabetizando usa uma letra para cada som e outras vezes, mais de uma, tentando a representação alfabética, nessas escritas, apesar de apresentarem uma organização espacial mais adequada, os alunos ainda não fazem as grafias relacionadas com as palavras pedidas. No entanto, existe uma preocupação com a variação de quantidade e qualidade das letras, na tentativa de controle objetivo para dar significado,coloca um “c” substituindo /ri/.A aluna atrapalha-se com os sons finais e coloca mais um “r”.
É uma representação intermediária entre a silábica e a alfabética. Usa escrita silábica (‘m a c r’ para ‘margarina’) e traços silábicos e alfabéticos (‘s a p n e t’ para ‘sabonete’). A similaridade com a escrita convencional nos permite até ler as palavras da lista de compras e a frase.
Finalmente,
o alfabetizando consegue representar totalmente a palavra. Escreve a palavra
completa, em frases, nos textos, com grafemas correspondentes a fonemas
convencionais. Isso não quer dizer que o aluno está alfabetizado, ainda terá um
grande percurso na aquisição de regras convencionais de ortografia, de
gramática e outras, que contribuem para dar significado ao texto escrito.
Nesse sentido, muitas são as mudanças que deverão ocorrer nas atitudes do professor na
escola: entender, interpretar, além de aceitar as formas não convencionais dos alunos
escreverem, sabendo da importância que isto tem para seu desenvolvimento cognitivo.
Com relação ao processo de alfabetização propriamente dito, o ensino tradicional considera os aspectos gráficos como muito importantes e, por sua vez, este tipo de ensino desconsidera aspectos construtivos da linguagem em si. Essas questões se inserem no desenvolvimento do aluno e causam problemas ao escrever e ler seus próprios textos, dificultando também que outras pessoas o façam, especialmente o alfabetizador que irá avaliá-lo, para que possa fazer intervenções adequadas no seu processo de aprendizagem.
Bibliografia: site Centro de Referencia Educacional, projeto informática da Faculdade Anhembi Morumbi, programa Ler Escrever.
A psicogênese da língua escrita deslocou a questão central da alfabetização do ensino para a aprendizagem: partir não de como se deve ensinar e sim de como de fato se aprende. Segundo as autoras a mão que escreve e o olho que lê estão sob o comando de um cérebro que pensa sobre a escrita que existe em seu meio social e com a qual toma contato através da sua própria participação em atos que envolvem o ler ou o escrever, em práticas sociais mediadas pela escrita.
Nesse sentido, muitas são as mudanças que deverão ocorrer nas atitudes do professor na
escola: entender, interpretar, além de aceitar as formas não convencionais dos alunos
escreverem, sabendo da importância que isto tem para seu desenvolvimento cognitivo.
Com relação ao processo de alfabetização propriamente dito, o ensino tradicional considera os aspectos gráficos como muito importantes e, por sua vez, este tipo de ensino desconsidera aspectos construtivos da linguagem em si. Essas questões se inserem no desenvolvimento do aluno e causam problemas ao escrever e ler seus próprios textos, dificultando também que outras pessoas o façam, especialmente o alfabetizador que irá avaliá-lo, para que possa fazer intervenções adequadas no seu processo de aprendizagem.
Bibliografia: site Centro de Referencia Educacional, projeto informática da Faculdade Anhembi Morumbi, programa Ler Escrever.
A psicogênese da língua escrita deslocou a questão central da alfabetização do ensino para a aprendizagem: partir não de como se deve ensinar e sim de como de fato se aprende. Segundo as autoras a mão que escreve e o olho que lê estão sob o comando de um cérebro que pensa sobre a escrita que existe em seu meio social e com a qual toma contato através da sua própria participação em atos que envolvem o ler ou o escrever, em práticas sociais mediadas pela escrita.
Postado por Vera Lucia Ivanov às 03:02